14 de jul. de 2010

Urros

Daqui, do escuro
eu olho, acuro
no grito do apuro;
não vejo, auguro
conjeturo, comensuro...
além eu fulguro.
No espelho afiguro
e a imagem censuro;
prematuro, procuro,
inauguro, suturo;
emolduro, enclausuro
e preso, me curo!
Transfiguro e inauguro
um novo fu(tu)ro
rasuro, costuro, me aturo
e me atiro, juro.

Um comentário:

Javier Ortiz I. disse...

os poemas... traços de pura verdade, inquestionáveis... analisa-los é como tirar a polpa da fruta e deixar o bagaço... ou seja, sem-sentido... achei lindo e inquestionável, concordo com ele naquilo que diz respeito ao movimento humano sobre o amadurecimento, as dificuldades, momentos principalmente como neste trecho:
No espelho afiguro
e a imagem censuro;
prematuro, procuro,
inauguro, suturo;
...

quem não passa por isso... não importa quanto demore pra solucionar... mas esse tempo é um tempo esquisito, só de lembrar das sensações me arrepio, reviver esses momentos de total de falta de identificação, sem nada, vazio e Real momento...