17 de dez. de 2021

a-void

De tanto me repetir nos braços alheios, eles se tornam meus: polvilíneos, sequenciais, quantitativos.

De tanto evitar o vazio que meus próprios e únicos braços me desamparam, me evito, envolto e não volto.

No novelo de braços que só aumenta, formo ferida, casca, e me mantenho casta no núcleo que me guarda de mim.