"O valor não se dá por si mesmo, senão pelo que se agrega". Acordei com a frase do meu analista latejando do lado direito do meu cérebro. É interessante como certos conteúdos filosóficos e sempre muito óbvios adquirem uma presentificação de efeitos palpáveis no curso de uma análise.
Valor equivale a uma coragem; há sempre o risco do depósito, da responsabilidade que é sua por depositar no objeto algo que é seu. É sempre arriscado não receber de volta, embora o retorno que vem só pode vir na forma de uma falta (a-riscado), pois que um sujeito só pode trocar porque não possui.
Penso agora naquela pessoa angustiada, se debatendo por não querer aceitar que não é completa, evitando desperdiçar seu precioso valor nos objetos. Talvez o medo do retorno da falha, que viria a denunciar a sua própria, é que a paralise. E penso também na minha teimosia em tentar agregar valor lá onde não existe espaço para isso.
Penso, ainda, em muitas outras coisas. Mas já cansei de escrever. O valor deste delírio depositado aqui é o retorno do eco vazio.