31 de ago. de 2018

Faço anos

Não sei que moções enviesadas pode ter o destino, que decidiu fazer cruzar nossos caminhos. Não sei quais foram as suas escolhas até aqui, ainda menos quais serão à frente, meu bem. Sei nada nada sobre a vida, veículos automotores ou pranchas de surf. Nunca nem ouvi falar daquela comida que você disse preferir. Meu vocabulário de francês se resume a 3 palavras, e de japonês à uma.
Quero te dizer que tenho muito medo do que não sei (e olha que é quase tudo!), mas ainda mais do pouco que pareço estar sabendo. Esse pouco é que me coloca em pânico.
Faço anos, meu bem. Anos que não saberia numerar. Faço anos que nunca senti jamais saber.

13 de ago. de 2018

Asas do tempo

Saí apressada, era muito tarde. Achei que tivesse mais tempo, mas me perdi nas horas.
Entrei também apressada, depois de atravessar toda a cidade, ônibus trânsito pessoas e, claro, estava atrasada (mas com uma determinação que só aquele tipo de urgência conseguiria provocar).
Obstinada a não mais olhar para o tempo perdido, me coloquei as pautas do dia e perseverei.
Uma hiância, dois dias, desassossego, tempo voando e você pousou, depois de entrar por aquela porta semi aberta.
Entrou e ficou. Tranquei a porta com nós dois lá dentro.
Nunca pensei que amaria um pássaro, mas você nunca mais passará. Voa, tempo!