27 de mar. de 2007

Diálogo com uma Porta (uma porta sábia)

Guerreiro: "Quem é lá? Quem é lá? que os olhos malditos confundem-se e fitam buraco fechado, visão retilínea
dúvida no ar, não sei o q vejo
(se é q eu vejo)
me mande um recado
porq já me sei insano
com esta visão confirmo o ditado
e então se concretiza aquela profecia..."
Porta: "O q vc vê
não é o q eu vejo
seu mundo real não é realmente
e a visão reta, esta é a pior
inimiga da verdade, imprópria pra um guerreiro
q tem como meta (sei disso) simples limiar
de um mundo ilusório
pra um mundo ideal...
faça seu pedido
porq hoje (e apenas hoje)
estou disposto a realizá-lo."
Guerreiro (assustado): "Oh, porta falante
rendo-me aqui, deslocado e faltante
voando por tudo, acima de todos
porém protegido (ainda com medo) por capa de luz...
se o q vejo só eu vejo
então posso não estar vendo
uma porta q fala!
e q ainda tem bigode (porta macho, sin señor!)
estando estrangeiro, oh! porta bilíngüe
como posso saber se o rei q me habita
viverá eternamente?"
Porta: "Oh, nobre guerreiro!
nunca saberás, a verdade inexiste
a sanidade inexiste
a sorte inexiste...e ainda existimos!
seja rei no seu mundo
seja rei vc mesmo enquanto ainda pode
porq na aurora, isso mudará..."
Guerreiro: "Relatividade? Teoria do caos? Num mundo caótico
mas tão surreal...
de onde vem essa voz
onde vejo esse rosto (de bigodes)...
isto está em mim, ou está em vc?"
Porta: (silencia)
Guerreiro: (tão certo da dúvida, pára de perguntar, apenas fala:)
"Não sei o q penso, não sei quem eu sou
apenas viajo, vôo, viajo...
e pelas andanças encontro pousada
em estados psicodélicos,
em países inusitados;
e fico até de manhã, q é o meu tempo
não mais q isso (8 horas apenas)...
Um dia descubro
q não há nada a descobrir e vou embora."
Atravessando o limiar da porta;
Odonata.

15 de mar. de 2007

Presente para o meu Objeto de Testes

Querido Objeto de Testes;
Tendo em vista meus recentes conhecimentos sobre comportamento, venho por meio desta descrever uma ferramenta que será de grande valia nos futuros procedimentos de teste comportamentais com Vs. Senhoria, a qual lhe será dado como presente:
Especificações físicas do modelo ELT-02, a versão mais atualizada do fabricante: este equipamento é composto por duas unidades operacionais separadas - gaiola e controle; a estrutura da gaiola é de alumínio anodizado cinza fosco (medidas condizentes com o tamanho do objeto); o piso possui grades paralelas em aço inoxidável; na parede lateral um bebedouro e acima uma barra, q pressionada aciona um microinterruptor que leva o pescador até a cuba de água e o tráz com uma gota. Acima orifícios para saída de estimulação sonora e, ao lado destes, um vidro transparente para passagem de luz; o fechamento da gaiola é feito pelo lado anterior, com vidro fumê. A unidade de controle consta de um módulo em alumínio anodizado e laterais em cerejeira (medidas padronizadas); os circuitos e controles do painel: chave de alimentação energética, liga/desliga, com indicador luminoso na cor vermelha; chave comutadora para acionamento do bebedouro para esquemas de respostas e reforços; controle de estímulo luminoso em 4 intensidades e controle de estímulo aversivo (choque elétrico); controle de estímulos sonoros; cronômetro digital. O painel traseiro da unidade tem um porta-fusível, uma entrada de cabo de força e uma tomada de 11 pinos para conexão do cabo na gaiola.
Atenciosamente;
Odonata.

5 de mar. de 2007

Reticências (do objeto de testes e da cientificidade da coisa)

Venho com esse post fazer uma reticência: estou estudando comportamentalismo e nas aulas práticas, nosso objetivo é condicionar o comportamento de uma rata (a nossa, minha e da Patricia, se chama Britney), na famosa Caixa de Skinner, um dos primeiros comportamentalistas; além de Skinner, temos também o Watson, q foi o pioneiro da corrente behaviorista e fez experiências com bebês e animais, pois julgava q tudo é uma resposta a um estímulo externo e q os comportamentos dos animais são semelhantes aos dos homens (já não gostei dele, nem da sua linha, hehehe). Então, ouvindo tudo isso acabei lembrando do nosso amigo Doidus, q, por considerar-se um objeto e eu uma máquina de testes, com certeza, se fosse estudar psicologia, se penderia à corrente comportamentalista. Pois bem, quero dizer q o post anterior foi sarcástico, ou seja, não concordo com o Doidus doido; e também q não vejo nada de interessante em condicionar ratos pra depois fazer analogia com seres humanos (apesar dos comportamentalistas negarem, eles acabam sim achando q o homem é uma máquina, influenciável e totalmente condicionável; um objeto moldável, 100% observável e modificável). Sou bem mais o Freud (podem criticar, mas ele era o cara); tenho certeza q todos podem entendê-lo e apreciar seus pensamentos "prafrentex"; e, se ao final do estudo, concluírem q não concordam com suas teorias, ao menos terão q concordar q ele era um cara bem à frente de sua época; e corajoso, diga-se de passagem. Nada de coisas observáveis, prefiro as obscuras e inexplicáveis, um obstáculo às mentes médias (fazendo média, hahaha). No mais, concluo com um pensamento positivo, no sentido de tirarem a rata da grade curricular, hahahah (brincadeira, deve ter um objetivo prático e aplicável isso, e ainda vou descobrir qual, hauhauha).


Inconscientemente;

Odonata.

3 de mar. de 2007

Ao meu digníssimo e obediente Objeto de Testes


Como todos sabem, vivemos rodeados por máquinas; a máquina pública (q promete ser enxuta e eficiente neste ano, mas q sempre fica estagnada, dando uma sacudidela apenas com o vuco-vuco dos escândalos, os quais já quase caíram no esquecimento); máquina de fazer pão, de lavar roupa, de lavar louças; máquina de cortar grama (coisa do mundo moderno e do homem sem tempo); máquina de comunicação, q inclui telefone, computador e internet (ferramentas indispensáveis nos dias de hoje); e o próprio ser humano, q é um computador com sentimentos e q deu origem à todas as outras máquinas existentes, mas q, de tanto criar, pode até virar um objeto, uma presa da própria criação. Agora vocês estão pensando, qual o intuito desse texto, não é? Dias atrás o nosso amigo Doidus se rebelou contra a minha pessoa, por julgar-me uma máquina de testes; é q eu fico observando muito tudo... ora, a arte da observação requer técnicas por vezes mal interpretadas...e foi o q aconteceu. Depois de muito discutir e espernear, ele próprio acabou por confessar q gosta de ser testado; então essa é pra vc Doidus, meu obediente Objeto de Testes:
No início éramos máquinas com sentimentos; ainda não tínhamos desenvolvido signos nem significações, linguagem precária, pouco conhecimento sobre o mundo...aliás, o mundo era bem menor (se bem q ele continua tão pequeno...). E fêz-se um estalo, e do estalo deu-se o insight. Da clareza de idéias à confusão foi um salto. E nessa confusão, nesse turbilhão de sentimentos em q o mundo se transformou, a antiga melancolia virou depressão, e quem era gênio agora é louco (a insanidade nem é mais símbolo de felicidade, acreditem)...O médico faz exames pra diagnosticar doenças e tratá-las, existe profissional pra tudo, e o psicólogo é pra doenças da alma...agora, quem ainda não é psicólogo, o q é? É uma simples Máquina de Testes, estática, sem voz, sem ação, programada para matar (ops, testar). O testado, não passa de um objeto, também imóvel, plástico, submisso, vigiado 25 horas por dia...cada ação contrária é tomada como mais uma prova; se se rebelar, outra prova, se se portar bem, idem...ao final do teste (se é q ele acaba algum dia), se passar, o objeto recebe um sêlo: "amigo"...mas nunca poderá esquecer q sempre será um objeto de testes.
Ironicamente;
Odonata.