7 de mar. de 2011

O Prazer da Carne e o Real do Corpo

Disse no blog do Espaço a, da Ana Suy, que nada tinha a dizer sobre o Carnaval; minutos depois me ponho aqui a escrever sobre. É que Carnaval nos mobiliza; uns a pular e sacudir ao som dos batuques, outros a se recolherem reclamando dos batuques. Fato é que não conheço ninguém que aprecie 'pular' o Carnaval e, me parece, há uma onda modista daqueles que falam mal dele, assim como em temporada de Big Brother. Ainda assim, é uma festa muito difundida e que deve gerar lá seus lucros, não sei a quem.
Não sei definir o que é Carnaval, a não ser pela memória dos desfiles do tempo que tinha televisão; mesmo assim, sou das que não apreciam. Seja porque não gosto de aglomerações, ou não goste da 'música' ou, ainda, porque não tenha registro nenhum desta festarada, dos bailes que saudosamente falam, aqueles onde ainda se podia apreciar toda a essência da festa, dizem. Com essência preservada ou distorcida, sempre se chamou Carnaval, sempre se chamou a festa da carne, o prazer da carne, do corpo... do mesmo blog da Ana, 'o que pode ser mais real que uma fantasia?' ela se pergunta, me pergunta. E eu digo, o que é mais real que uma fantasia é o corpo, este que é idolatrado e ao mesmo tempo olvidado durante este movimento de batucadas e desfiles de nus fenomenais, de plumas e ritmo; o corpo não simbolizável, não nomeável; este sobre e com o qual se festeja e com o qual se penitencia, penitenciária nossa.