25 de fev. de 2017

Tenho em mim um ódio dilacerante. Principalmente pelas pessoas que me amam. Tenho ódio porque elas me fazem humana, à medida que me colocam essa miragem de poder conter-se no outro; tenho ódio porque me vejo, de relance, através delas e o que vejo, bem...é mal. Odeio todas as gentes que me fazem sentir a dimensão do desfalecimento, naquele ponto onde não consigo mais suportar porque não me alcanço. Nessas situações, tento colocar nomes que expliquem a aflição, mas não há nomeação no mundo capaz de traduzir aquilo que ultrapassa essa linha, de até onde já fui antes. E nessa fronteira imaginária, entre eu e o outro, existirá sempre um terreno onde nunca poderei pisar.

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