Guerreiro: "Quem é lá? Quem é lá?
que os olhos malditos
confundem-se e fitam
buraco fechado, visão retilínea
dúvida no ar, não sei o q vejo
(se é q eu vejo)
me mande um recado
porq já me sei insano
com esta visão confirmo o ditado
e então se concretiza aquela profecia..."
Porta: "O q vc vê
não é o q eu vejo
seu mundo real não é realmente
e a visão reta, esta é a pior
inimiga da verdade, imprópria pra um guerreiro
q tem como meta (sei disso) simples limiar
de um mundo ilusório
pra um mundo ideal...
faça seu pedido
porq hoje (e apenas hoje)
estou disposto a realizá-lo."
Guerreiro (assustado): "Oh, porta falante
rendo-me aqui, deslocado e faltante
voando por tudo, acima de todos
porém protegido (ainda com medo) por capa de luz...
se o q vejo só eu vejo
então posso não estar vendo
uma porta q fala!
e q ainda tem bigode (porta macho, sin señor!)
estando estrangeiro, oh! porta bilíngüe
como posso saber se o rei q me habita
viverá eternamente?"
Porta: "Oh, nobre guerreiro!
nunca saberás, a verdade inexiste
a sanidade inexiste
a sorte inexiste...e ainda existimos!
seja rei no seu mundo
seja rei vc mesmo enquanto ainda pode
porq na aurora, isso mudará..."
Guerreiro: "Relatividade? Teoria do caos? Num mundo caótico
mas tão surreal...
de onde vem essa voz
onde vejo esse rosto (de bigodes)...
isto está em mim, ou está em vc?"
Porta: (silencia)
Guerreiro: (tão certo da dúvida, pára de perguntar, apenas fala:)
"Não sei o q penso, não sei quem eu sou
apenas viajo, vôo, viajo...
e pelas andanças encontro pousada
em estados psicodélicos,
em países inusitados;
e fico até de manhã, q é o meu tempo
não mais q isso (8 horas apenas)...
Um dia descubro
q não há nada a descobrir e vou embora."
Atravessando o limiar da porta;
Odonata.